
A mesa de contabilidade desordenada reflete as perdas milionárias do Corinthians.
O Corinthians vai deixar de lucrar milhões de reais com o atacante Pedro por ter vendido 30% de seus direitos econômicos ao Zenit, da Rússia, em agosto de 2024, conforme apurado por contratos obtidos pelo ge. A negociação, que rendeu ao Timão 6,3 milhões de euros — cerca de R$ 38,7 milhões na cotação da época — também envolveu 20% dos direitos do zagueiro Robert Renan.
Os valores foram parcelados: no caso de Pedro, 4,5 milhões de euros divididos em três parcelas (3 milhões à vista, 1,1 milhão até outubro de 2024 e 400 mil euros até 20 de dezembro de 2024); para Robert Renan, 1,8 milhão de euros em duas parcelas (1,1 milhão até 20 de novembro e 700 mil até 20 de dezembro de 2024).
Parte desse montante não entrou diretamente como receita para o clube, servindo para abater uma dívida com a Elenko Sports, empresa que representa os atletas Pedro, Robert Renan e Ivan, além de ter sido responsável pela carreira de Mantuan anteriormente. O ex-presidente corintiano Augusto Melo confirmou que a negociação foi usada para pagar essa dívida, que chegou a R$ 10,9 milhões, conforme balanço financeiro divulgado em 2024.
Torcedores e integrantes da diretoria atual foram surpreendidos com a venda desses direitos na gestão passada, que impediu o clube de lucrar mais caso Pedro fosse vendido novamente por um valor elevado — a expectativa era que o Corinthians recebesse mais de R$ 70 milhões em uma possível negociação do atleta do Zenit para o Al-Ittihad. No entanto, após a venda da fatia do Timão, o valor que restaria seria apenas o mecanismo de solidariedade da Fifa, estimado em cerca de R$ 5,5 milhões.
Além disso, o Corinthians enfrentou outras perdas financeiras relacionadas a direitos econômicos. Em uma disputa judicial na Fifa, o clube foi condenado a pagar R$ 40,4 milhões ao meia Matías Rojas por rescisão contratual alegando atrasos no pagamento de direitos de imagem. A decisão foi contestada e está sob análise do CAS desde abril de 2024.
Outra situação foi o caso do meia Rodrigo Garro, cujo clube argentino Talleres cobra da diretoria do Corinthians um pagamento de US$ 3,6 milhões (aproximadamente R$ 19,5 milhões) mais juros, referente à contratação do atleta, sem acordo possível até o momento.
Assim, o Corinthians acumula perdas significativas ao abrir mão de direitos econômicos de jogadores e enfrentar pendências judiciais, o que impacta diretamente suas receitas futuras.
Fonte: Meu Timão