Conselho Deliberativo do Athletico-PR vai votar possível mudança de nome do estádio (Foto: Divulgação)
Família revelou surpresa e indignação com proposta de alteração; Joaquim Américo esteve ligado diretamente à fundação do Athletico-PR
A proposta de mudança do nome do estádio do Athletico-PR, que será votada em reunião do Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (26), causou indignação em familiares de Joaquim Américo, atual homenageado. A iniciativa encabeçada pelo presidente do Conselho, Aguinaldo Coelho de Farias, visa adotar o nome do atual mandatário do clube, Mário Celso Petraglia.
“Claro que nossa família recebe essa notícia com indignação. Você não presta uma homenagem a alguém, ‘desomenageando’ outro, ou passando por por cima da história ou mudando a história. Nós ficamos surpresos e perplexos”, declarou Carlos Eduardo Guimarães, bisneto de Joaquim Américo, em entrevista ao ge.
Edital de convocação 📋🌪️
Reunião extraordinária do Conselho Deliberativo:
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“Você faz uma homenagem justa ao Mario Celso Petraglia de outra forma, não mudando o nome do estádio. É um contrassenso com a própria história do clube, que tem começo, meio e espero que não tenha fim”, completou.
De acordo com um comunicado emitido pelo Athletico-PR na última segunda-feira (19), o encontro do Conselho Deliberativo terá como pauta central a alteração do artigo 99 do Estatuto Social do clube, que trata sobre a nomenclatura do estádio. Atualmente, o local é conhecido como Ligga Arena, em razão da venda de naming rights.
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Mobilização virtual
Como forma de se posicionar contra a iniciativa, familiares de Joaquim Américo criaram um abaixo-assinado virtual, que já conta com cerca de 1.500 assinaturas. “O valor de José Américo Guimarães transcende aos atuais, pois foi dele a ideia inicial. Essa tese é inquestionável. Não se pode laurear a criatura rasgando a história do criador. É uma incompreensível quebra de paradigma”, diz um trecho do documento endereçado ao Conselho Deliberativo do Athletico-PR.
Confira, na íntegra, o abaixo-assinado:
AO CONSELHO DELIBERATIVO DO CLUBE ATHLETICO PARANAENSE
Os descendentes de JOAQUIM AMÉRICO GUIMARÃES e os cidadãos que não concordam com a mudança do nome do Estádio para MÁRIO CELSO PETRAGLIA, respeitosamente solicitam aos senhores a rejeição desta ideia pois não é concebível homenagear uma pessoa desomenageando outra.
É um desrespeito à história de uma entidade que concebeu a essência do Athlético Paranaense, tornando-a um símbolo, memória e tradição de nossa comunidade.
O nome JOAQUIM AMÉRICO GUIMARÃES não é tão somente uma mera designação. Simboliza a dedicação, o legado e a visão de um homem cuja influência esportiva reverbera em nós, torcedores athleticanos, até hoje.
Seu pioneirismo deve ser defendido, pois em 1.912 ele, tendo uma capacidade ímpar de empreendedorismo, fundou o Internacional Football Club, alugou um terreno da Família Hauer e começou a construir no local o primeiro estádio de futebol do Paraná. Em 1.914 ergueu as primeiras arquibancadas no mesmo, gerando mais conforto aos torcedores.
Sua prematura partida em 1.917 não obscureceu seu legado de obstinação e inovação.
Em 1.934. JOAQUIM AMÉRICO GUIMARÃES foi reconhecido pelo desprendimento e realizações, tornando-se oficialmente o nome do nosso estádio, legado este que seus descendentes honram e a torcida athleticana nunca cogitou discordar.
Ressaltamos e instamos a esse Conselho que analise e repense uma maneira justa e assertiva de homenagear MÁRIO CELSO PETRAGLIA sem que para isso precise apagar a linda história que define a paixão pelo nosso time.Deixemos claro que não somos absolutamente contrários a um merecido reconhecimento a ele por todos seus feitos na condução e administração do patrimônio do Club Athletico Paranaense. Reconhecemos a importância de seu trabalho e êxito na elevação de patamar de nossa instituição.
Contudo, não podemos esquecer da sua criação, do pioneirismo envolvido na formação do que hoje nosso clube representa.
Fazendo um paralelo, JOAQUIM AMÉRICO GUIMARÃES foi o precursor de toda a obra athleticana e MARIO CELSO PETRAGLIA é o executor da modernidade desta obra.O valor de JOAQUIM AMÉRICO GUIMARÃES transcende aos atuais, pois foi dele a ideia inicial. Essa tese é inquestionável.
NÃO SE PODE LAUREAR A CRIATURA RASGANDO A HISTÓRIA DO CRIADOR.É uma incompreensível quebra de paradigma.