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Desafios da temporada sem calendário nacional, planejamento para 2024 e mais: presidente detalha gestão do Treze

Em conversa com o Click Esportivo, Artur Bolinha comentou sobre o pedido por parte do Treze para o reconhecimento do […]

Presidente do Treze Artur Bolinha

Foto: Cassiano Cavalcanti/Treze

Em conversa com o Click Esportivo, Artur Bolinha comentou sobre o pedido por parte do Treze para o reconhecimento do título da Série B de 1986

Mandatário do Treze há pouco mais de uma ano, Artur Bolinha conquistou um título importante no primeiro ano de gestão, mas também enfrentou desafios. O ano para o atual campeão do Paraibano encerrou logo após o triunfo, uma vez que não tinha vaga garantida nas disputas do Campeonato Brasileiro. Assim, o presidente teve de gerir o Galo em meio às consequências de um clube sem competição para a equipe profissional ao longo do segundo semestre.

O ano de 2024, no entanto, já começa com planos diferentes para o Treze. Isso porque o clube terá um calendário cheio com as disputas do Estadual, da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil e também da Série D.

Em entrevista ao Click Esportivo, o presidente Artur Bolinha detalhou o trabalho à frente do Treze em 2023, os planejamentos para a próxima temporada, reinvindicação pelo reconhecimento do título da Série B de 1986 e mais.

Click Esportivo –  Quais foram as principais dificuldades enfrentadas pelo clube em 2023 com a ausência de calendário nacional?

A dificuldade é muito grande desde o momento que você vai fazer a formação do elenco. Muitos jogadores, por não ter atividade para o segundo semestre, acabam não querendo vir para o clube. E mesmo terminando o Estadual, que esse ano, graças a Deus, a gente conseguiu ser campeão, tem o restante no ano de despesa operacional, porque o clube tem uma estrutura mínima, mas tem e que não é barata, sem ter qualquer tipo de receita.

Haja vista que está com o departamento de futebol sem poder gerar e sem possibilidade de buscar algum tipo de investimento de marketing que possa ajudar no custeio. Então, acaba gerando um segundo semestre com um nível de difuculdade elevado, porque qualquer despesa gera um déficit. Não é fácil ter um time quando não tem calendário.

Click Esportivo – Quais estratégias foram e ainda estão sendo implementadas pela gestão do Treze ao longo desse ano para sanar essas dificuldades?

Primeiro, a gente fez um orçamento bem pé no chão em relação ao que a gente tinha de perspectivas de receitas no primeiro semestre, considerando plano A, B e C, e com muita disciplina orçamentária para tudo. No Campeonato Estadual, chegamos à final e fomos campeões, e mesmo se isso não tivesse acontecido, pelo menos a gente não ia terminar com déficit.

O orçamento um pouco próximo às perspectivas de receita foi muito importante, porque mesmo tendo as dificuldades operacionais, elas dizem respeito ao segundo semestre, não temos dívidas remanescentes do primeiro, que aí seriam dívidas vencidas e que a pessoa está com um nível de cobrança maior. Você acaba gerando um dia a dia com um pouco mais de tranquilidade.

Estamos colocando as estratégias para saber quais ações podem ser construídas e tentando abrir algumas frentes. Lançamos ingressos comemorativos de momentos de conquistas históricas do Treze e todo mês temos feito ingresso virtual. É o que o torcedor pode comprar e ajuda na receita.

Existem campanhas específicas com objetivos específicos. Por exemplo, recuperar o gramado do estádio. Então, tem um valor para o investimento e a gente tem que abrir as frentes junto ao conselho para tentar ajudar em determinados aspectos.

O conselho ajudou muito também no custeio da base, porque a gente reassumiu o comando das categorias e estamos tentando reestruturar. Disputamos o Paraibano sub-20, não chegamos a final mas fomos bem. O sub-17 também não chegou, mas fez uma boa campanha, e estamos disputando hoje o sub-15 e já na semifinal.

Então, essas frentes, além de movimentar para o clube se manter vivo, também ajuda para que a gente possa ter alguma possibilidade de receita, mesmo mínima.

Click Esportivo – Em 2024, o Treze vai disputar quatro competições depois de uma temporada difícil. Qual o planejamento e o grau de importância de voltar a ter um calendário cheio?

Será fundamental. Vamos manter o nível de disciplina orçamentária que tivemos em 2023, obviamente com um horizonte um pouco melhor de receita, mas também com muito mais despesas. E cobranças remanescentes de gestões passadas começam a aparecer com mais facilidade agora pela possibilidade de receita, diferente do que tinha esse ano.

A gente tem sido demandado por cobranças de gestões passadas, mas a nossa gestão não tem nada atrasado, não deve absolutamente nada a ninguém.

Temos que manter a mesma disciplina, porque a gente sabe que vamos ser surpreendidos com cobranças que, de repente, estão fora do nosso radar, que podem comprometer o orçamento e também para que a gente não corra o risco de não cumprir o nosso compromisso, porque teve que pagar contas de gestões passadas.

Mas vai aumentar o percentual em relação ao que a gente investiu em 2023 para poder qualificar um pouco mais o elenco, mas nada fora da realidade que já foi decidida e tratada. Inclusive já finalizamos isso com o pessoal do departamento de futebol. Montamos um comitê técnico que avalia o perfil e as características que definem pelas contratações.

O comitê já tem um orçamento que foi definido para 2024 com o quanto se pode gastar com comissão técnica, com elenco e com custeios. Com isso, se houver algum contratempo, a gente não fica absolutamente desacobertado.

O Campeonato Paraibano é principal competição para o Treze no primeiro semestre e mais uma vez a prioridade para a diretoria. Obviamente vamos tentar fazer boas participações na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil. No segundo segundo, por sua vez, será a Série D para que a gente possa ter um time competitivo, fazer um grande campeonato e, se as circunstâncias permitirem, chegar ao acesso.

Click Esportivo – Em relação à montagem do elenco para 2024, como o Treze já está de olho no mercado? Existe um cronograma estabelecido para o início?

Nós temos alguns atletas que estão sendo acompanhados e monitorados. Cada posição nós temos cinco ou seis atletas que estamos monitorando e temos plano A, B, C, D e até plano E. De repente, um não dá certo por questões de salário ou por algum tipo de informação.

A gente tanto se preocupa com como o atleta se comporta dentro, mas também fora de campo. Contratamos homens que não sejam apenas atletas. O Treze foi campeão esse ano com um plantel formado por homens de muito comprometimento e dentro de campo isso se reverberou.

A gente procura ter essas informações de dentro e de fora de campo, porque, não que vá impedir, mas diminui o risco de ter problemas extracampo e que possa repercutir de forma negativa dentro de campo.

Click Esportivo – Existe possibilidade da reintegração de jogadores que atuaram no Treze em 2023?

Tem alguns atletas que a gente pode trazer. Tem uns cinco ou seis que estão no nosso radar e que vamos tentar, obviamente, dependendo da parte financeira. Não vamos fazer loucuras, vamos continuar com os trabalhos pé no chão. O grande problema que aconteceu no Treze no passado é que tinha uma boa perspectiva de calendário, mas a diretoria fazia as coisas fora da realidade orçamentária do clube.

No primeiro mês aguentava, no segundo começava a ter dificuldades e afundava o time. Atrasava salário e terminava levando para dentro de campo o pior resultado possível. Para que a gente não incorra nesse erro, temos uma disciplina quase que inflexível e os atletas têm que se encaixar no nosso perfil.

Uma coisa que eles podem ter certeza é que, vindo para o Treze, vão receber em dia as condições que ficarem firmadas. É melhor pagar menos, mas pagar em dia e dar todas as condições para que o atleta possa render.

Click Esportivo – Considerando a renovação com o técnico William de Mattia em julho, quais foram os critérios para a continuidade do trabalho no Treze e quais são as expectativas?

William foi muito bem (em 2023), conseguiu fazer um trabalho muito correto, considerando as dificuldades que a gente tinha. É uma pessoa que, além de um grande profissional, é muito trabalhadora e construiu uma boa relação com a diretoria. Isso foi determinante para que a gente pudesse renovar com o treinador, porque tivemos a liberdade para dizer o que a gente entendia que precisava ser dito, sem ter o receio de ser mal compreendido.

Ele também tem total libertade e conversa com a diretoria, é uma relação de confiança. A comissão técnica está toda firmada, contratada e, inclusive, já tem trabalhado no comitê técnico nessa questão de análise e prospecção dos atletas que a gente pensa para o próximo ano.

Click Esportivo – Um dos pedidos do técnico foi a recuperação de algumas partes do Presidente Vargas. Qual é a situação atual do estádio em termos de infraestrutura e manutenção?

O PV é um estádio muito antigo e que tem a necessidade de um investimento muito expressivo. Infelizmente, a gente não tem os recursos para poder garantir nesse momento os investimentos que o estádio precisa. Mas, se tiver a possibilidade e independente de ter sinalização de treinador, vamos tentar fazer aquilo que realmente é necessário, que se faz urgente e dentro das possibilidades do clube.

Não estamos fazendo nada fora de realidade financeira. Existe o ideal e o possível, e a gente mira no ideal, mas terminando trabalhando no possível e, dentro disso, ter os melhores resultados em relação a tudo, inclusive nessa questão de patrimônio.

Click Esportivo – Quais são os planos em andamento para a homologação do título da Série B de 1986? Como o Treze está lidando com os desafios burocráticos envolvidos nessa questão?

É um pedido muito antigo do Treze que esse título pudesse ser reconhecido. A gente conversou com a Federação Paraibana para que ela pudesse tentar esse pleito na CBF. Mantivemos contato com os outros três clubes: o Criciúma, o Central e a Inter de Limeira. Junto com o Treze foram os quatro clubes que subiram da Série B para a Série A naquele ano e que, não é da época que eu conheço, mas o fato é que não houve o cruzamento para definir quem seria o campeão.

Na época, a Série B tinha quatro chaves de nove clubes cada, só o primeiro de cada chave subia. Mas não foi marcado pela CBF o cruzamento para definir claramente o campeão e ficou em aberto.

Como não tem mais sentido fazer um torneio para tentar definir depois de quase 40 anos, o que a gente pactuou com as diretorias dos outros clubes é que nós vamos, embora tenha feito individualmente, de fazer um documento em conjunto para dar mais força ao pedido às nossas federações e à própria CBF que esses clubes sejam considerados campeões da Série B do ano de 1986.

Se isso vier a acontecer, será muito importante para a Paraíba, não só para o Treze, porque será o título mais importante para a história do estado. Para a Federação Paraibana, será muito importante ter um clube reconhecido como campeão nacional da Segunda Divisão.

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