
Goleiro Sarr, do Rayo Majadahonda, foi vítima de racismo no futebol espanhol (Foto; Reprodução)
Após ato de racismo, equipe da vítima deixou o gramado e também pode ser punida
O goleiro senegalês Cheikh Kane Sarr, que atua no Rayo Majadahonda, pode enfrentar uma suspensão de quatro a oito jogos, após reagir a uma agressão racista durante a partida contra o El Sestao River, neste sábado (30), pela terceira divisão do futebol espanhol.
O episódio ocorreu na reta final da partida, logo após o El Sestao River marcar o gol da virada por 2 x 1, aos 38 minutos do segundo tempo. Na ocasião, torcedores posicionados atrás da meta de Sarr começaram a proferir insultos racistas.
Hoy, el portero senegalés Cheikh Sarr del Rayo Majadahonda ha sufrido insultos racistas en Sestao. Fue expulsado por encararse con los aficionados que lo insultaban. El Rayo Majadahonda se ha negado a jugar los minutos restantes del partido. pic.twitter.com/K808Frdx50
— Fonsi Loaiza (@FonsiLoaiza) March 30, 2024
O arqueiro foi para cima dos agressores e precisou ser contido por companheiros de equipe. Após o ocorrido, o árbitro espanhol García Riesgo expulsou Sarr. Revoltados, os jogadores do Rayo Majadahonda decidiram abandonar a partida. Na súmula da partida, Riesgo se colocou na posição de vítima, indicando que “o jogador agiu de forma violenta contra a minha pessoa, com clara intenção de me agredir”.
ℹ️Nuestro equipo no saldrá de nuevo a reanudar el encuentro tras recibir insultos racistas inadmisibles a nuestro jugador.
Condenamos todo tipo de insultos racistas en el deporte.
— CF Rayo Majadahonda 🤍⚡️💙 (@RMajadahonda) March 30, 2024
Em julgamento posterior, o goleiro pode ser advertido com uma suspensão de até oito jogos. Além disso, o Rayo Majadahonda também pode enfrentar uma punição por ter abandonado o jogo, que pode incluir a perda da partida e retirada de pontos no campeonato.
Em nota, o clube repudiou o ocorrido e manifestou solidariedade ao goleiro. “Apelamos a todas as partes envolvidas no mundo do futebol para que trabalhem em conjunto para erradicar o racismo do nosso esporte. É responsabilidade de todos promover um ambiente livre de discriminação”, diz um trecho do comunicado.
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Confira, na íntegra, a nota do Rayo Majadahonda:
Do Rayo Majadahonda Futebol Clube, queremos expressar o nosso mais profundo repúdio e condenação aos atos de racismo vividos pelo nosso goleiro, Cheikh Sarr, durante o jogo disputado contra o Sestao River Club, no estádio Las Llanas. Este tipo de comportamento vai contra os valores de respeito, igualdade e espírito esportivo que promovemos.
Dados os infelizes acontecimentos, onde Cheikh Sarr foi alvo de insultos racistas por parte de alguns participantes, a nossa equipe tomou a decisão de não continuar com o jogo. Esta decisão responde à nossa firme posição de não tolerar atos de discriminação ou racismo de qualquer espécie.
Manifestamos também a nossa profunda preocupação e discordância com a falta de sensibilidade demonstrada ao expulsar o nosso jogador do jogo, sem levar em conta as circunstâncias em que ocorreu a sua reação.
Lamentamos profundamente que nosso goleiro e nossa equipe tenham enfrentado uma situação tão desagradável. No Rayo Majadahonda promovemos um ambiente de respeito mútuo, dentro e fora do campo, e trabalhamos continuamente para garantir que os nossos jogadores, funcionários e torcedores se sintam seguros.
Apelamos a todas as partes envolvidas no mundo do futebol para que trabalhem em conjunto para erradicar o racismo do nosso esporte. É responsabilidade de todos promover um ambiente livre de discriminação.
Queremos também expressar o nosso apoio incondicional a Cheikh Sarr e a qualquer membro do nosso clube que possa ser vítima de atos de racismo ou discriminação. Eles não estão sozinhos. Como clube, tomaremos todas as medidas necessárias para apoiar e proteger vocês.
Por fim, agradecemos as manifestações de apoio e solidariedade recebidas e reiteramos o nosso compromisso na luta contra o racismo e a discriminação em todas as suas formas.