
Beatriz Haddad Maia
Beatriz Haddad Maia é um fenômeno em ascensão no tênis mundial. A paixão pelo esporte está no DNA: Bia é filha e neta de tenistas.
Ela surpreende a todos com sua trajetória recheada de competições, lesões, doping, títulos e muito mais, construindo uma história de superação cheia de altos e baixos.
Nascida em São Paulo, em 30 de maio de 1996, Bia Haddad deu os primeiros passos no tênis aos 4 anos.
Em 2010, com apenas 14 anos, passou a disputar torneios da ITF na categoria de 18 anos. No mesmo ano, conquistou seus primeiros títulos, tanto simples como em dupla.
Ela foi eleita a melhor tenista juvenil do Brasil durante quatro anos seguidos, de 2009 a 2012. Em 2012 e 2013 foi finalista no torneio de duplas de Roland Garros na categoria juvenil.
Em 2014, quando completou 18 anos, passou a se dedicar totalmente aos torneios profissionais, tanto da ITF como da WTA.
Ascensão no Circuito Internacional
A primeira temporada notável de Bia Haddad ocorreu em 2017, quando ela conseguiu se firmar no cenário internacional da WTA.
Não só pela conquista de títulos relevantes, como o WTA de Bogotá nas duplas, mas principalmente por disputar as chaves de alguns dos torneios mais importantes do mundo, incluindo Wimbledon, onde venceu sua primeira partida de Grand Slam.
Bia chegou a ocupar a 58ª colocação do ranking no ano.
No entanto, Bia Haddad não manteve uma ascensão linear nos anos seguintes da carreira. Lesões e suspensão por doping interromperam o desenvolvimento da tenista.
Ela retornou à boa fase apenas em 2021, voltando ao top 100 após vencer cinco torneios da ITF e fazer uma ótima campanha em Indian Wells.
A consolidação de Haddad começou em 2022. Iniciou o ano na final do Australian Open junto à Anna Danilina, do Cazaquistão, nas duplas.
Antes, já haviam vencido o WTA 500 de Sydney. Em junho, conquistou seu maior título de simples: o WTA de Nottingham. Ela ganhou o mesmo torneio formando dupla com Zhang Shuai.
Na sequência, veio o segundo título de simples da WTA, o de Birmingham. Os resultados a colocaram na 25ª colocação do ranking mundial, o melhor resultado individual de uma mulher brasileira na história do tênis.
A mudança de patamar de Bia Haddad, colocando-a entre as grandes tenistas mundiais na atualidade, se deu na disputa de Roland Garros em 2023.
A brasileira alcançou a semifinal e foi derrotada no detalhe para a nº 1 do mundo, a polonesa Iga Światek. Com isso, chegou ao posto de nº 10 do mundo, entrando pela primeira vez no top 10 mundial em simples.
Desafios e obstáculos
A carreira de Bia Haddad é marcada por obstáculos que envolvem lesões e uma suspensão. A primeira baixa aconteceu nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015.
Principal jogadora da equipe feminina de tênis do Brasil, Bia sentiu uma contusão no ombro e precisou abandonar a disputa precocemente. Precisou ser operada e perdeu o restante da temporada.
Outra lesão tirou Bia Haddad das quadras em 2016. Ela quebrou três vértebras em um acidente doméstico e ficou de fora do Australian Open.
O ano de 2019 marcou a carreira da tenista após ela testar positivo no controle de antidoping para dois anabolizantes sintéticos.
Em fevereiro de 2020, foi condenada a uma suspensão de dez meses, contando o tempo que já cumpria desde julho de 2019. No final de 2020, Bia se contundiu novamente e passou por outra cirurgia.
Bia Haddad vive seu melhor momento como esportista. As lesões, no entanto, ainda são um tormento.
Após o sucesso em Roland Garros, Bia não pôde repetir o desempenho em Wimbledon 2023. Ela não resistiu às dores na lombar e desistiu do torneio.
Conquistas e recordes
Recordes quebrados, feitos inéditos e conquistas importantes credenciam Bia Haddad entre as maiores tenistas brasileiras da história.
O primeiro feito relevante de Bia Haddad se deu na vitória sobre a até então n°19 do ranking, Samantha Stosur, no Aberto de Praga em 2017. Para se ter ideia, uma tenista brasileira não vencia uma top 20 desde 1989.
Bia quebrou outro tabu em 2017. Ela interrompeu uma sequência de 28 anos sem vitórias do tênis feminino brasileiro na chave principal de Wimbledon.
2018 marcou a inédita vitória de Bia na primeira rodada de simples do Australian Open. A última brasileira a vencer na estreia de um aberto profissional havia sido em 1965.
Em fevereiro de 2019, jogando em Acapulco, derrotou a nº 4 do mundo, Sloane Stephens, tornando-se a primeira brasileira a vencer uma top 4 desde a profissionalização do tênis, em 1969.
O maior troféu da carreira de Bia Haddad, por enquanto, é o WTA 250 de Nottingham. O último título, em quadra de grama, de uma tenista brasileira tinha sido em 1968, da lenda Maria Esther Bueno.
Bia ainda ostenta o posto de ser a primeira brasileira a chegar às semifinais de um torneio de Grand Slam na era aberta do tênis.
O feito foi alcançado em Roland Garros 2023. Diante dos resultados expressivos, ela alcançou a melhor posição de uma brasileira no ranking mundial, inclusive figurando no top 10.
Impacto no tênis brasileiro
Bia Haddad recolocou o Brasil em destaque no tênis mundial após muitos anos. Campanhas sólidas e títulos significativos vêm garantindo a ascensão da tenista no ranking mundial, a ponto de já ter figurado entre as dez melhores.
A campanha memorável de Haddad em Roland Garros bateu recordes que vão além das quadras. A semifinal contra Iga Światek atingiu a maior audiência de um jogo feminino de tênis da história da TV paga brasileira e o melhor resultado de audiência do tênis em geral desde 2012.
Os holofotes atraídos pelo desempenho de Bia faz com que as pessoas, sobretudo jovens, tenham outro olhar para o tênis. É um incentivo para que surjam novos jogadores.
Outra questão é a visibilidade que Bia está proporcionando ao tênis no país. Isso é pretexto para que apareçam patrocinadores dispostos a investir no fomento do esporte.
Perspectivas futuras
Bia Haddad vive o auge da sua carreira. Pratica um tênis de alto nível e está estabilizada entre as melhores do mundo. Desde 2021 vem numa crescente de rendimento, e os resultados estão aparecendo.
Ela já possui sete títulos de WTA na bagagem, sendo dois de simples e cinco de duplas. Seu ápice, no entanto, ainda não é um troféu. É a participação histórica em Roland Garros 2023.
Neste torneio, Bia avançou até as semifinais e não chegou à decisão por um triz. Como alento, provou que está pronta para brilhar em Grand Slams. Ela mesma já declarou publicamente que pode se tornar a número um do ranking.