
Aldeone Abrantes, presidente do Sousa. Foto: Rômulo Melquíades/FPF-PB
Aldeone Abrantes revelou com exclusividade ao Click Esportivo o otimismo em subir de divisão e outros temas relacionados ao Dinossauro
Após o vice-campeonato estadual e a eliminação ainda na Pré-Copa do Nordeste, o Sousa vive o seu melhor momento no ano de 2023. O Dinossauro garantiu a classificação ao mata-mata da Série D do Brasileirão, depois de realizar a melhor campanha do seu grupo, e está vivo na briga pelo acesso à terceira divisão, o principal objetivo da temporada.
Em entrevista exclusiva ao Click Esportivo, o presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, fez um balanço da temporada do clube, destacou a importância de decidir os jogos do mata-mata em casa, comentou sobre o possível acesso à Série C, além de revelar detalhes sobre a procura pela SAF no clube e a busca por reforços na reta final de janela de transferências.
Click Esportivo – Qual a sua avaliação da temporada do Sousa nesses primeiros sete meses?
Nós iniciamos um projeto novo no início do ano. Vínhamos com a base desde de 2020, e como nos últimos três anos disputamos duas finais e não conseguimos ser campeões, fizemos um novo projeto para esse ano, e permanecemos com esse projeto desde o início. O Sousa teve a melhor campanha no estadual.
Colocamos seis pontos à frente do segundo colocado, mas perdemos nas penalidades. Houve até um lance muito duvidoso no primeiro jogo da final, que fez a diferença no confronto. Mas no estadual, tivemos a melhor campanha, com a melhor defesa e melhor ataque, e mesmo assim perdemos, mas faz parte.
Partimos para a Série D, com o mesmo planejamento. Perdemos dois jogadores, que saíram para outros clubes, e contratamos outros quatro. Nós permanecemos com a base da equipe. O importante é que o Sousa não perdeu a tranquilidade em momento algum durante esse ano. Aqui não existe dois discursos entre a comissão técnica, jogadores e diretoria, estão todos pensando da mesma forma.
É um grupo unido, focados no nosso objetivo que é tentar subir para a Série C. Conquistamos vaga na Copa do Brasil e Pré-Copa do Nordeste de 2024 e, em caso de não subir, conquistamos também o direito de disputar a Série D. Estamos com calendário cheio para 2024.
Click Esportivo – Como está a expectativa de conquistar o acesso para Série C?
Nós estamos com uma expectativa muito boa, porque a equipe tem demonstrado estabilidade durante o ano, e em momento decisivos. Na reta final da primeira fase da Série D, nós tínhamos quatro jogos consecutivos muito difíceis, e conseguimos atravessar com três vitorias e um empate.
O Sousa é um time que está amadurecido, equilibrado e consciente do que pode conseguir. Agora, o futebol tem de tudo. No mata-mata você pode perder em um lance, em um erro de arbitragem, mas de modo geral, o Sousa está preparado para subir.
Click Esportivo – Sobre o duelo contra o Falcon, qual a importância de disputar a partida de volta no mata-mata da Série D em casa?
O Sousa é muito forte em casa. Nos últimos 11 jogos no Marizão, o Sousa teve 10 vitórias e um empate. A gente levando a decisão para lá, existe uma boa possibilidade de passarmos, mas também é preciso administrar o primeiro jogo. Mas hoje em dia, a importância de decidir em seu mando de campo diminuiu muito. Já foi muito mais significativo.
Hoje todos os jogos são televisionados, a arbitragem é de federação totalmente neutra. Mas, de toda forma, de 10 clubes, nove vão querer decidir em casa, e nós vamos querer tirar vantagem disso, porque o Sousa é muito forte jogando no Marizão.
Click Esportivo – O Sousa pretende contratar mais algum atleta para a reta final da Série D?
O elenco está forte, estamos com mais de 30 peças. Vai depender muito do treinador Renatinho, ainda vamos ter uma conversa. Estamos preparados, se precisar de mais algum jogador, vamos buscar, mas Renatinho não demandou ainda. Essa questão de fazer contratação pontual para um jogo ou outro, particularmente, eu não acredito muito nisso.
Acredito em um trabalho de continuidade, agrupamento. Não existe jogador salvador da pátria, hoje o futebol é muito coletivo. A individualidade é muito importante, mas hoje quem ganha é o grupo, e nós temos um grupo muito forte. Iremos contratar se houver a demanda para alguma posição especifica, mas o treinador não falou nada até então.
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Click Esportivo – Como está a situação financeira do clube?
Financeiramente estamos estabilizados. O Sousa é uma equipe que não tem uma ação trabalhista sequer, não tem nenhum bloqueio, os recursos fluem normalmente. Nós temos até o planejamento financeiro para o ano de 2024. Folha salarial em dia, gratificação já resolvemos com os atletas, e já acertamos também como vai ser a premiação. No aspecto financeiro, o Sousa está bastante tranquilo e sem nenhuma dificuldade até o fim da competição.
Sobre a SAF, o Sousa pensa em adotar este modelo? Há conversas com investidores?
O Sousa é um time que praticamente não tem divida. Se aparece um projeto interessante, iremos estudar. Temos um sonho de evoluir como clube, em termos de estrutura, centro de treinamento e instalações próprias. Queremos avançar nesse sentido, porque esportivamente, para um equipe do interior como o Sousa, estamos em uma curva ascendente. Precisamos estabelecer a estrutura do clube, e isso só é possível a gente fazer com uma parceria, ou se a gente chegasse à Série B, ou passando de várias fases da Copa do Brasil.
Existem também vários outros caminhos, e um deles é a SAF. Se aparecer uma proposta sedutora, iremos avaliar. Não vamos fugir dessa realidade que hoje está no futebol mundial. Agora, é preciso ter o equilíbrio para não entrar em um projeto ‘kamikaze’. É muito mais fácil negociar sem ter débitos e dívidas, como é o Sousa hoje, do que com a corda no pescoço. Se aparecer a proposta, vamos estudar.
Já houve investidores interessados em abrir negociações, mas a gente sempre fica no aguardo. Tem um outro grupo que está se propondo a conversar, mas o importante é que o Sousa aceita conversar e está equilibrado financeiramente. O Sousa não vai apresentar nenhuma divida astronômica as empresas.
Propuseram o contrato de confidencialidade, mas não assinamos. Não podemos assinar as coisas no escuro. O Sousa está tranquilo, não é um time que está com a corda no pescoço querendo vender a SAF. Aguardamos propostas, mas estamos tranquilos para discutir isso.